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Orçamento de Estado: “Este governo é incapaz de dar resposta aos problemas reais deste país”

As negociações podem prolongar-se até quarta-feira, dia para o qual está marcada a votação na generalidade do documento na Assembleia da República.


orçamento de estado
Nuno Ferreira Santos/Público

Os últimos dias têm sido marcados por um debate aceso em torno do Orçamento de Estado (OE) para 2022. Os principais assuntos na ordem do dia são o voto contra da esquerda parlamentar e a abstenção do PAN, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. Caso este impasse se mantenha, Marcelo Rebelo de Sousa já afirmou que vai dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.


João Luís, aluno no mestrado de História na Universidade do Minho e militante da JCP, demonstra-se preocupado com a falta de respostas do OE. Em conversa com o jornal Em Foco, o estudante explica que não existem respostas para “problemas muito concretos com que a juventude se depara”. João lamenta a falta de apoio à habitação juvenil e a “constante desresponsabilização do Estado em relação ao Ensino Superior”.


No que diz respeito a uma possível crise política, o aluno tem uma visão muito concreta. “Acho que o debate público está bastante errado.” Considera que é necessário olhar para o OE como uma oportunidade de valorizar os serviços públicos como o SNS, aumentar o salário mínimo para 850 euros e promover uma legislação laboral que proteja os trabalhadores. Apressa-se a afirmar que “o que está em causa não é uma crise política, mas a resolução dos problemas da população”.


Afonso Silva, estudante no mestrado de Ciência Política na Universidade do Minho e militante do BE, afirmou que o voto é contra. Num tom de indignação, o estudante acusa o Governo de negligenciar o partido. Sem adiantar muitos pormenores, Afonso afirma que o BE apresentou algumas propostas que foram recusadas pelo executivo. Atira ainda que o Governo quer responsabilizar o Bloco do chumbo do OE, e da consequente crise política.


Quanto às possíveis eleições antecipadas, Afonso Silva diz que “cabe aos portugueses decidir a composição que querem na Assembleia da República”. Já sobre a possibilidade de crescimento da extrema direita, o militante bloquista mostrou-se preocupado, mas sublinha que o seu partido “vai continuar a combatê-la e à sua narrativa". Nas suas palavras, esta estratégia vai ser concretizada através das urnas.


Artigo por: Inês Batista e Rodrigo Araújo

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